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Três regressos e cinco estreias reforçam FMM 2017

31 de Março de 2017

O programa da 19.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2017, que se realiza de 21 a 29 de julho em Sines e Porto Covo, tem oito reforços de peso. Está confirmado o regresso do cantor e compositor cabo-verdiano Mário Lúcio, do percussionista iraniano Mohammad Reza Mortazavi e do poeta norte-americano Saul Williams. Estreiam-se o pianista e compositor cabo-verdiano Vasco Martins, a orquestra chilena Chico Trujillo, o músico havaiano Mike Love, o duo luso-britânico Benjamim / Barnaby Keen e o MC anglo-nigeriano Afrikan Boy.

Afrikan Boy (Olushola Ajose) é um MC nascido em Londres, filho de pais nigerianos. As suas influências situam-se nesta confluência de África com Europa e são uma mistura de afrobeat, grime e hip hop. Sente-se tão devedor de Fela Kuti como de 2Pac. Integrou o projeto Africa Express e colaborou com artistas de nome feito, como DJ Shadow e M.I.A. “The ABCD” foi o seu álbum de estreia.

Benjamim / Barnaby Keen são um músico português e um músico inglês que um disco de Chico Buarque uniu em Londres, em 2012. Barnaby viveu no Brasil e sempre teve o desejo de cantar em português. Fá-lo com Benjamim no álbum "1986", evocação do ano em que ambos nasceram e da geração que partilham. O disco é uma síntese da música de ambos e um intercâmbio de línguas e estéticas.

A Chico Trujillo é uma orquestra pioneira do movimento da Nova Cumbia Chilena e uma das melhores orquestras de cumbia da América Latina. Funde rock, folclore, ska, música balcânica e muita cumbia. Debaixo do som tropical mantém um lado subversivo, das suas raízes no punk. Depois de 15 anos a tocar na noite de Santiago do Chile, estreia-se no FMM Sines com uma formação poderosa de 10 elementos.

Mário Lúcio é uma das figuras centrais das artes cabo-verdianas - cantor, compositor, arranjador, escritor, ministro da Cultura entre 2011 e 2016. Para esta terceira vez em Sines traz um disco, acabado de lançar, dedicado ao funaná. "Funanight" vai às raízes e às irmandades transcontinentais de um dos mais populares estilos cabo-verdianos. "Funaná transcendente", como escreveu o seu compatriota Vasco Martins.

Mike Love é uma nova voz do roots reggae que nos chega da ilha Oahu, no Havai. Nesta passagem por Sines, integrada na sua primeira digressão europeia, introduz o público às suas canções com letras pessoais e comprometidas com as causas em que acredita, como as que estão ligadas ao ambiente e aos direitos dos animais. Reggae lírico e de protesto, com influências de rock e música clássica.

Mohammad Reza Mortazavi é um dos mais extraordinários percussionistas iranianos. Está pela segunda vez no FMM, com um novo disco a solo, "Transformation". Passar simplesmente o disco para o palco é de certeza que não fará, pois a sua música vive organicamente do que dita no momento a relação entre os seus dedos e os seus tambores, o daf e o tonbak. Uma aventura por territórios rítmicos poucas vezes explorados.

O poeta, ator, cantor e ativista nova-iorquino Saul Williams esteve em Sines em 2016, como convidado de David Murray. Volta em 2017 com um espetáculo de hip hop que nos fala de uma hiper-modernidade de paradoxos, em que a alta tecnologia convive com a pobreza mais extrema, um mundo de lixeiras e smarphones brilhantes. "MartyrLoserKing", o seu disco de 2016, é o ponto de partida.

Vasco Martins é um sábio da música cabo-verdiana. Sinfonista, pianista, guitarrista, romancista, musicólogo, ensaísta, poeta, produtor musical, faz, como mais ninguém, a ligação entre a herança da música popular de Cabo Verde e os códigos da música erudita. Nesta sua estreia em Sines, irá atuar a solo no piano. Mornas-tango, valsinhas, mazurcas, sanjom/batuku, cantigas de trabalho, a partir de um ponto de vista original.